sexta-feira, 11 de maio de 2012

Recital duplo 12 Maio


São bastantes obras. No próximo Sábado vão ser feitas no Club obras fantásticas - infelizmente um caso raro - logo 2 sonatas de Beethoven e 2 suites de Debussy! Algo que não se

ouve todos os dias. Os meus sinceros parabéns pelo bom trabalho. Espero que o público corresponda ao programa que se apresenta. LH

18h SÁBADO 12 Maio 2012  Miguel Sousa  
                           L. van Beethoven --Sonata  op. 53 "Waldstein"
I allegro con brio
II. Adagio / Allegreto/ prestissimo
                          Alfredo Casella  -- Toccata,
                          J.S.Bach -- Concerto Italiano,
                          George Gershwin -- Three Preludes  
I - Allegro ben ritmato e deciso
II - Andante con moto e poco rubato
III - Allegro ben ritmato e deciso
                          C.Debussy -- Pour le piano,
I - Prélude
II - Sarabande
III - Toccata
______________________________________Miguel Sousa  PIANO
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21h SÁBADO 12 Maio 2012 Daniela  Ignazzitto  e Ana Marques
                            L. van Beethoven --   Sonata op.110
I.  Moderato cantabile molto espressivo
II. Allegro Molto
III. Adagio ma non troppo
IV. Fuga
__________________________________ Daniela Ignazzitto, PIANO
                           Claude Debussy
Reflets dans l'eau
L'isle Joyeuse
_______________________________________ Ana Marques, PIANO
                            Edward Grieg --  Danças norueguesas, op. 35:
I. Allegro marcato
II.Allegretto tranquillo e grazioso
III.III. Allegretto moderato alla marcia
                            Claude Debussy  --  Petite Suite:
 I. En Bateau
 II. Cortège
 III. Menuet
 IV. Ballet
________________ Daniela Ignazzitto e Ana Marques, piano (a 4 mãos)

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18h-O programa que ora se apresenta engloba obras para piano de compositores mais conhecidos do grande público, como é o caso de Ludwig van Beethoven e Claude Debussy ou Johann Sebastian Bach, assim como outros menos conhecidos (como é caso de Alfredo Casella) ou ainda compositores mais conhecidos por terem cultivado determinado género, sendo praticamente desconhecida a sua obra para piano, como é o caso de George Gershwin. Este programa percorre um vasto período da história do piano, desde o Barroco ao Século XX, incidindo sobre várias posturas musicais e estéticas sobre este instrumento: desde uma atitude barroca, clássica, impressionista até uma atitude quasi jazzística ao gosto americano.

21h-A Sonata para Piano N.º 31 em Lá bemol maior Op. 110, penúltima sonata para piano de Ludwig van Beethoven  foi publicada pela primeira vez  em Paris, Berlim e Viena e no ano seguinte em Londres.
Reflets dans l’Eau, de Claude Debussy -esta peça abre num andamento lento, com uma melodia que se desenvolve na mão direita sobre uma sucessão de acordes na mão esquerda. Possui um forte carácter impressionista pela mudança rápida de harmonia, sugerindo uma ambiguidade harmónica. Esta é uma das inúmeras peças que Debussy escreveu sobre a água, neste caso sobre a luz a reflectir num espelho de água
Danças Norueguesas Op. 35, de Edvard Grieg  no primeiro andamento, Allegro marcato, possui uma estrutura tripartida, com uma primeira secção rápida, iniciando com um tema de carácter festivo, a segunda mais lenta e a terceira novamente rápida. Este é um andamento bastante desenvolvido em termos de estrutura musical, quase adivinhando a futura versão para orquestra
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Daniela Ignazzitto, pianista
   Nascida na cidade de Palermo, Itália, inicia os seus estudos musicais no Conservatório "V. Bellini" da sua cidade, onde se diploma em piano com classificação máxima cum laude e

onde segue também o curso de composição.
   Depois de ter concluído o curso de piano, inicia o seu aperfeiçoamento musical frequentando cursos anuais (1997/98 em Osimo, Ancona e 2001/02 em Roma) e master classes

organizados pela Associação Musical A.GI.MUS. de Foligno e no Conservatório de Música “B. Marcello” de Veneza com a pianista Lya De Barberiis.
   Em Setembro de 1999 é convidada, como professora de piano e acompanhadora no Conservatório Regional de Ponta Delgada, Açores, onde lecciona durante dois anos.
   Actualmente é professora de piano na Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa e na Academia Amadores de Música.
   Em Portugal continua o seu aperfeiçoamento musical frequentando o curso de licenciatura em piano na Escola Superior de Música de Lisboa, com o Professor Jorge Moyano em

piano e com a Professora Olga Prats em música de câmara concluindo a sua licenciatura com 19 valores.
Ao longo do seu aperfeiçoamento tem frequentado variadas master classes orientadas por pianistas como Aldo Ciccolini, Sequeira Costa, Dimitri Baskirov, Avidis Kouyoumdjian.
   A sua actividade artística inclui recitais a solo e de música de câmara, realizados para algumas importantes instituições musicais tais como Teatro Massimo e Amici della Musica

de Palermo, Associazione Musicale Dino Ciani de Milão, Societá dei Concerti de Roma, Associazione Musicale Etnea de Catania, DRAC de São Miguel, Açores, Centro Cultural de

Belem de Lisboa, Festival do Convento dos capuchos de Almada, Teatro de Vila Real, Raízes Ibéricas de Oeiras, Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras. Dos instrumentistas com

quem colaborou em Música de Câmara destacam-se músicos como Lya De Barberiis, Giovanni Sollima, Gabriela Canavilhas, Marcos Lázaro, Irene Lima, Nuno Silva, Catherine

Strynckx, Luis Pacheco Cunha, João Paulo Santos.
   Em Março 2001 grava um concerto ao vivo para a RTP (Radio Televisão Portuguesa) dos Açores, com obras de A. Piazzolla e E. Gismonti.
   Em 2005 apresenta-se a solo acompanhada pela orquestra sinfónica da Escola Superior de Música de Lisboa sob a direcção do Mº Vasco Azevedo, interpretando o concerto nº 1 de

J. Brahms, no Palácio Nacional da Ajuda e no Teatro Municipal São Luiz num “concerto Gala de beneficência” do Rotary Club de Lisboa.
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Ana Carvalho Marques, pianista
Iniciou os seus estudos musicais aos oito anos na Academia de Música de Santa Cecília na classe  da Professora Leonor Fernandes concluindo, em 1999, o curso complementar de

piano.
Nesse mesmo ano ingressou na Escola Superior de Música de Lisboa na classe de piano do professor Jorge Moyano. Durante o curso superior frequentou as classes de música de

câmara da professora Olga Prats e do professor Nuno Inácio, e participou em diversas masterclasses: Artur Pizarro no Porto (2000); Nelly Ben-Or em Londres (2001); Leonel Morales

em Granada (VII Festival Internacional de Piano, 2004); Pedro Brumester, em Vila do Conde (2005); Guigla Katsarava, em Paris (2011);
Christophe Simonet, na Universidade de Évora (2011) e Sarah Buechner, na Universidade de Évora (2011).
Entre 2005 e 2007 estudou na École Normale de Musique de Paris na classe de piano do professor Guigla Katsarava, onde obteve o diploma Brevet d’exécution e também no

Conservatório Claude Debussy, na classe de música de câmara do professor Jean Louis Caillard.
Em Março de 2007, obteve 1ére Mention e Prix du Public (no nível superior) no “IX Concours National  de Piano de Mérignac” e em Fevereiro de 2009 obteve uma menção honrosa

(2ème médaille d’or) no Concours de Piano de Brest (França).
Entre 2008 e 2010 foi professora de piano na Academia de Música de Santa Cecília e no Conservatório de Música de Cascais.
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Miguel Sousa, pianista.   www.musidescobrir.blogspot.com
Nascido em Setúbal, começou seus estudos musicais na Academia de Belas Artes Luísa Todi em sua cidade.
No ano 2006/ 2007, frequenta aulas com a Prof. Daniela Ignazzitto, actual docente do Conservatório Nacional.No ano 2007, ingressou no departamento de Música na Universidade de Évora no curso de piano, tendo sido acompanhado ao longo do seu primeiro ano pela Prof. Elizabeth Allen. A partir do segundo ano prossegue os seus estudos com o pianista António Rosado, finalizando a sua licenciatura no ano lectivo 2009 – 2010.
Noutras áreas de ensino, frequentou aulas com o Prof. Christopher Bochmann, Prof. Benoit Gibson e Prof. Amilcar Vasques Dias. Em relação a música de câmara, foi orientado pelo Prof. João Lucena e Vale, Prof. Etienne Lamaison e pela Prof. Ana Telles. Também participou em master classes de pianistas como Christophe Simonet, Lya de Barberis e Sarah Buechner.
Em relação às suas actividades como intérprete, participou em alguns recitais, tanto como solista como em agrupamentos de música de câmara. No ano 2008 participou num

«Concerto Aberto» ao vivo para a Antena 2, integrado na Universidade de Évora. Actuou em locais como Palácio de Valenças (Sintra), Casa Fernando Pessoa (Lisboa), Armazém das

Artes (Alcobaça), entre outros

___18h_________________
Luís C. F. Henriques    www.luiscfhenriques.com
Música para Piano
Obras de Beethoven, Bach e Debussy

O programa que ora se apresenta engloba obras para piano de compositores mais conhecidos do grande público, como é o caso de Ludwig van Beethoven e Claude Debussy ou Johann Sebastian Bach, assim como outros menos conhecidos (como é caso de Alfredo Casella) ou ainda compositores mais conhecidos por terem cultivado determinado género, sendo praticamente desconhecida a sua obra para piano, como é o caso de George Gershwin. Este programa percorre um vasto período da história do piano, desde o Barroco ao Século XX, incidindo sobre várias posturas musicais e estéticas sobre este instrumento: desde uma atitude barroca, clássica, impressionista até uma atitude quasi jazzística ao gosto americano.
A Sonata para Piano N.º 21 em Dó maior “Waldstein”, de Ludwig van Beethoven (1770-1827), foi escrita entre 1803 e 1804 sendo publicada pela primeira vez em Viena no ano seguinte. Pode-se definir o primeiro andamento (Allegro con brio) como uma justaposição de dois temas: um primeiro tema (com que abre o andamento), ao estilo de toccata, com um carácter mais rítmico e intenso e um segundo tema, ao estilo de coral, mais harmónico e sereno. O segundo andamento (Introduzione. Adagio molto – attacca), um adagio em 6/8, é praticamente uma introdução dramática ao terceiro andamento, por não haver separação entre ambos os andamentos. Beethoven escrevera anteriormente um Andante (publicado mais tarde como Andante Favori WoO 57), que entretanto abandonou. O terceiro andamento (Rondo. Allegretto moderato – Prestissimo), em forma rondo, inicia com um primeiro tema em pianissimo crescendo para fortíssimo combinando escalas na mão esquerda com um trilo contínuo na mão direita. O segundo tema aparece em acordes com um ritmo em tercinas. A coda, uma amálgama de motivos de ambos os temas apresentados com bastante virtuosismo, aparece subitamente após uma secção em pianissimo, que aparentemente iria encerrar o andamento.
Alfredo Casella nasceu em Turin, a 25 de Julho de 1883, e morreu em Roma, a 5 de Março de 1947. Para além de compositor, era também pianista e director de orquestra. A obra musical de Casella é tradicionalmente dividida em três fases. À primeira destas fases corresponde a Toccata Op. 6, escrita durante o ano de 1904, exemplo de uma obra de juventude do compositor (que na altura tinha 21 anos de idade), pela heterogeneidade de influências nela presentes. Casella é influenciado pelo Impressionismo francês, na linguagem musical de Gabriel Fauré, pelo Nacionalismo dos compositores russos e pela figura de Gustav Mahler, influências estas que convergem e interagem durante a produção musical desta sua primeira fase composicional.
O Concerto nach Italiänischen Gusto (Concerto ao gosto Italiano) BWV 971 – vulgarmente conhecido como Concerto Italiano –, de Johann Sebastian Bach (1685-1750), foi publicado em Nuremberga, no ano de 1735, como a primeira parte do segundo volume do seu Clavier-Übung (Prática de Teclado). Originalmente escrito para cravo, Bach especifica a utilização de um cravo com dois teclados, que permitirá criar o contraste dinâmico característico do concerto alla italiana. No primeiro andamento (sem indicação de tempo), em forma de ritornello, o material melódico apresentado num claro carácter afirmativo é imediatamente repetido na dominante, separado por pausas. A mão direita toma o lugar de solista enquanto a mão esquerda praticamente só serve de acompanhamento, introduzindo esporadicamente algum material melódico. No segundo andamento (Andante), uma melodia em estilo rapsódico desenvolve-se sobre um baixo que, exceptuando os momentos cadenciais, repete a mesma figuração rítmica. Este será, talvez, o andamento que se encontra mais próximo do modelo italiano em que o Concerto foi baseado. No terceiro e último andamento (Presto), o material melódico oscila entre as mãos, ora aparecendo na mão direita ora na mão esquerda.
Preludes, de George Gershwin (1898-1937), terá sido primeiramente pensada pelo compositor como uma colecção de 24 prelúdios. No entanto, nos manuscritos sobreviventes apenas se encontram esboçados sete, tendo sido estreados pelo compositor apenas cinco. Estes cinco prelúdios tiveram estreia no Hotel Roosevelt (Nova Iorque) pelo próprio compositor ao piano em 1926, ano em que foram publicados pela primeira vez os três prelúdios que ora se apresentam. O primeiro prelúdio (Allegro ben ritmado e deciso) inicia com um motivo blues de cinco notas, sendo todo o material melódico do prelúdio baseado neste motivo. Ritmos sincopados e acordes de sétima dão-lhe um forte carácter de jazz. O segundo prelúdio (Andante con moto e poco rubato) inicia com uma melodia sobre uma linha de baixo estática. A harmonia deste prelúdio baseia-se em intervalos de terceira, enfatizando o intervalo de sétima e a oscilação entre o modo maior/menor, característica do blues. Numa segunda parte, dá-se uma alteração súbita de tonalidade, tempo assim como do material temático, regressando no final o mesmo material do início. No terceiro prelúdio (Agitato), após uma introdução dramática, é apresentado o tema principal: duas melodias que formam um jogo de pergunta e resposta. Este tema é utilizado ao longo do prelúdio, constituindo a sua estrutura harmónica, sendo transposto para várias tonalidades.
Pour le Piano, de Claude Debussy (1862-1918), escrita entre 1894 e 1901, foi publicada em 1901. Foi estreada a 11 de Janeiro do ano seguinte na Sala Érard da Societé Nationale de Musique pelo pianista Ricardo Viñes. Nesta obra Debussy regressa à influência dos mestres do barroco francês (Couperin e Rameau) que cultivaram a suite, sem contudo abdicar da sua identidade musical, presente nos glissandi abruptos, nas cadências inconclusivas ou na alternância entre escalas modais e de tons inteiros. O Prelude, dedicado à sua aluna Mlle Worms de Romilly, evoca os gongos e a música javanesa. A Sarabande foi originalmente escrita no Inverno de 1894, fazendo parte de Images Oubliées. Esta obra foi dedicada a Ivonne Lerolle. Debussy revê formalmente este andamento em 1901. A Toccata, dedicada a Nicolas Coronio (aluno de Debussy), possui uma textura límpida, ferozmente sincopada de onde surge uma melodia crescendo gradualmente de intensidade e libertando-se no final.


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A Sonata para Piano N.º 31 em Lá bemol maior Op. 110, penúltima sonata para piano de Ludwig van Beethoven (1770-1827), foi escrita entre 1821 e 1822 sendo publicada pela primeira vez no ano da sua conclusão em Paris, Berlim e Viena e no ano seguinte em Londres. O primeiro andamento (Moderato cantabile molto espressivo), aparece numa clara forma-sonata: a uma exposição com um tema cantabile sucede-se um segundo tema com appoggiaturas, com um baixo descendente, terminando num momento cadencial que não é repetido; o desenvolvimento consiste no reaparecimento do tema inicial com semicolcheias descendentes; a recapitulação surge naturalmente com a re-exposição do tema inicial na tonalidade inicial, com motivos da transição entre o primeiro e segundo temas iniciais, terminando com uma cadência sobre um pedal na tónica. O segundo andamento (Allegro molto), ao jeito de scherzo em forma e carácter, com alusão a duas canções populares, terminando com uma pequena coda após alguns acordes num ritmo sincopado. O terceiro andamento (Adagio, ma non troppo – Fuga. Allegro, ma non troppo) alterna duas secções lentas com duas fugas num andamento mais rápido. Neste andamento é utilizado material temático do andamento anterior criando assim uma ligação entre o humor e a dolente meditação da secção lenta. Após esta secção lenta, inicia-se uma fuga a três vozes, cujo tema é composto por três intervalos ascendentes de quarta, movendo-se o contra-tema por intervalos mais curtos. Uma nova secção lenta é procedida pela segunda fuga, cujo tema advém da inversão do tema da primeira fuga ganhando volume e intensidade, desembocando num final com uma série de arpeggi sobre o acorde de tónica.
Reflets dans l’Eau, de Claude Debussy (1862-1918), é a peça que abre o primeiro volume de Images, escritas entre 1901 e 1905, publicadas pela primeira vez no ano de 1905. A obra terá tido origem em Les jeux d’eau à la Ville d’Este, de Franz Liszt (1877) ou Jeux d’eau de Ravel (1901). A peça abre num andamento lento, com uma melodia que se desenvolve na mão direita sobre uma sucessão de acordes na mão esquerda. Possui um forte carácter impressionista pela mudança rápida de harmonia, sugerindo uma ambiguidade harmónica. Esta é uma das inúmeras peças que Debussy escreveu sobre a água, neste caso sobre a luz a reflectir num espelho de água, como sugere o título. L’Isle Joyeuse, foi escrita entre 1903 e 1904, sendo publicada pela primeira vez no ano de 1904. O título advém da ilha de Jersey, cenário do envolvimento amoroso do compositor com Emma Bardac. Nesta peça Debussy mistura a escala de tons inteiros, o modo Lídio e a escala diatónica servindo o modo como elo de ligação entre as duas escalas. Esta é uma das obras mais exultantes do compositor, conjugando uma complexidade rítmica com melodias românticas sugerindo toda uma nova ideia de virtuosismo.
As Danças Norueguesas Op. 35, de Edvard Grieg (1843-1907), baseadas nos temas das recolhas de folclore feitas por Mathias Lindemann, iniciam uma fase de envolvimento deste compositor com a música folclórica escandinava. Foram escritas em 1880, sendo publicadas pela primeira vez em Leipzig no ano seguinte. O primeiro andamento, Allegro marcato, possui uma estrutura tripartida, com uma primeira secção rápida, iniciando com um tema de carácter festivo, a segunda mais lenta e a terceira novamente rápida. Este é um andamento bastante desenvolvido em termos de estrutura musical, quase adivinhando a futura versão para orquestra que viria a surgir por Hans Sitt.
A Petite Suite, de Claude Debussy, para piano a quatro mãos, foi escrita entre 1886 e 1889 sendo publicada no ano de 1889. Teve estreia a 2 de Fevereiro de 1889 com o pianista e editor de música Jacques Durand e o próprio compositor ao piano. Tal como acontece em algumas das suas primeiras obras para piano, o idioma musical presente na Petite Suite tem um carácter leve, provavelmente ainda influenciado por Delibes ou Massenet. O primeiro andamento, En Bateau, mostra uma clara influência de Gabriel Fauré, na maneira sensível e atraente com que as partes são dispostas: uma melodia flutua sobre um acompanhamento de acordes. Uma passagem no fim deste andamento, numa escala de tons inteiros, parece anunciar prematuramente obras posteriores que irão definir o estilo de Debussy. O segundo andamento (Cortège) possui um carácter brilhante, num estilo processional, sugerindo uma marcha festiva. O terceiro andamento, Menuet, é talvez o ponto mais alto da obra. Este andamento “começa sugerindo cornetas e flautas de elfos… e o final termina como ecos rodeando a melodia principal”, como descreve Frank Dawes. O quarto e último andamento – Ballet – é, como o título sugere, uma dança enérgica, com uma secção central contrastante influenciada pela música do teatro popular francês da altura.
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